Num dia impróprio para o povo ir á bola, juntamo-nos em frente da Pantera, cerca de 40 "malucos" prontos para rumar até Setubal.
Partimos da cidade invicta por volta das 15h30, bem apetrechados de combustivél ( leia-se cerveja) e em clima de festa.
No pessoal presente, era facil de verificar que o grupo da "dureza" estava bem representado, caso para dizer "antes poucos e bons que muitos e fracos".
Nesta viagem tivemos também o prazer de contar com a presença do carismático Velha Guarda Anibal, que fez questão de demonstrar e reforçar os seu dotes musicais ao longo de todo o percurso.
Com duas ou três paragens pelo caminho para verter águas e para reforçar os stocks de cerveja, chegamos ao objectivo por volta das 19h30 ( por incrivél que possa parecer).
Até á hora do jogo, sediamo-nos nas "rolloutes" a dar ao dente e a beber umas surbias, sossegados e sem qualquer stress.
Dentro do estádio o ambiente era desolador ( com jogos á 3ªfeira, estão á espera de quê?? ), contudo e dentro das nossas limitações numéricas, apoiamos a equipa da melhor forma possivel.
O jogo em si, foi paupérrimo, desta vez não ouve polacos ou austriacos a fazer a diferença e na minha opinião a equipa não mostrou o que sabe e deve fazer.
Verdade seja dita que do Setubal, pouco ou nada também se viu e que o seu golo teve origem de um misto de sorte e ingenuidade da defesa do BFC.
Se queremos a Europa, temos que mostrar muito mais do que mostrámos hoje, contudo não podemos ser impacientes já que o campeonato está no inicio e ( espero!!! ) muitas alegrias ainda vamos ter.
Apesar da derrota e do consequente aborrecimento, o regresso foi feito na boa e em ambiente de amena cavaqueira, sempre bem regado com cerveja e como é normal, com alguns pontuais laivos de insanidade por parte dos elementos presentes.
A chegada ao Bessa, deu-se por volta das 03h30.
Uma ultima palavra para e/ou sobre Zairi ...sinceramente detestei o que vi, sei que o marroquino ainda está sem ritmo de jogo, mas com exibições assim, nem para vender tapetes serve...vamos aguardar para ver o que o gajo é capaz de fazer num futuro próximo.
É certo que o tempo passa, mas nunca serás esquecido pela tua verdadeira "familia".
Onde quer que estejas... SAUDAÇÕES PARA TI PEDRO!!
A década de 60 não foi muito feliz para o nosso clube, que fez uma enorme travessia do deserto.
Até 1966, o Boavista esteve na 2ª divisão e foi muito dificil sair de lá. Chegou a andar pelas distritais, mas teimou em voltar a subir.
E a marca dessa revitalização foi um célebre jogo em Fafe, do qual, dependia a subida. Foi uma final a duas mãos. No Bessa, o Boavista venceu, por 2-1.
Em Fafe, depois, aconteceu uma verdadeira invasão, perante a má recepção e hostilidade dos locais.
Olímpio de Magalhães estava á frente do Boavista e foi dos primeiros a viver todos os passos de um empate decisivo e extremamente dificil.
OSVALDO CAMBALACHO era o treinador e Germano uma das grandes figuras da equipa que assegurou o sucesso da subida.
Era o fim do calvário. Daí em diante o Boavista nunca mais voltou a passar momentos tão dramáticos e manteve-se firme numa rota de ascenção até aos dias de hoje.
Apesar de se tratar de uma derrota do nosso clube, perante a raridade do video, vale bem a pena dar a conhecer esta autêntica pérola!!
Um dos jogos históricos do Boavistão, que nem mesmo o passar do tempo faz esquecer!!
Os meus agradecimentos ao TNT ( frequentador do forum dos Panteras Negras ) , que fez com que este tipo de recordações fossem possiveis de ser compartilhadas por todos nós.
Em meados dos anos 90, mais concrectamente em Junho de 1994, saiu na curva do Bessa, uma fanzine que tinha como objectivo principal fazer de elo de ligação entre todos os elementos da claque e como é óbvio dar a conhecer a mesma a todo o universo axadrezada.
Numa altura em que a internet era praticamente uma miragem, era este tipo de publicações que funcionavam como "veiculo" de propaganda do grupo... outros tempos...outras vontades.
Infelizmente o projecto durou pouco tempo e salvo erro sairam só 4 edições do género, o que por um lado só veio valorizar o poder simbólico das que chegaram ás mãos do povo.
Esta viagem ficará para sempre na minha memória, nem que seja pelo facto de ter sido a ultima grande deslocação do Pedro antes de falecer.
Foi a minha primeira tour á Alemanha ( das três que já fiz ) e muito sinceramente, o primeiro contacto com o país em causa, agradou-me bastante.
Dortmund é uma cidade de média dimensão, relativamente pacata e onde coelhos se dão ao luxo de viver livremente em tudo que é canto da cidade, sendo considerados aliás uma autêntica imagem de marca e simbolo da região.
Ficamos alojados num hotel 5 estrelas ( mais uma vez os nossos contactos a funcionar a todo o vapor ) e logo no primeiro dia fomos ameaçados de expulsão devido ao nosso "bom comportamento".
As 3 noites de estadia foram preenchidas por muito copo e por muita alucinação.
O Pedro, foi sem duvida alguma o verdadeiro "Rei da festa"... ele incendiou literalmente com um cigarro os belos seios de uma imigrante portuguesa ( recentemente engatada), vomitou, num bar mexicano, para cima de adeptos gregos do Paok ( não perguntem promenores, porque também não consigo explicar ), alucinou em plena avenida e praguejou para o céu a dizer que lhe tinham acabado de roubar a sua mota ( esta tinha ficado bem segura em Portugal), tentou a pontapé deitar abaixo montras inteiras de lojas ( na rua de Sta Catarina lá do sitio ) só porque não concordava com os preços praticados, insultou toda a comitiva axadrezada de "engravatados" ( inclusivé o presidente do clube ) de chulos para cima, etc etc etc...
O jogo em si e apesar do resultado ( perdemos 2-1 ) foi espectacular, mais do que não seja pelo golaço do Goulart do meio da rua.
Contámos com o apoio extraordinário de mais de 3.000 imigrantes Portugueses e por vezes conseguimos calar aquele grandioso estádio e aquele incrivél ambiente.
Deviam de ter visto a cara dos alemães quando as vozes de todos os Lusitanos se uniram para cantar o Hino nacional e ainda mais se elevaram ( por incrivél que pareça ) para cantar o "Malhão, Malhão".
Foi no fundo, mais uma experiência enriquecedora, não só para mim, mas para todos os Panteras Negras que mais uma vez não deixaram de apoiar a sua equipa do coração.
Agora que finalmente o bom futebol regressou ao Bessa, é necessário que o povo também faça o mesmo!!
ABANDONA O SOFÁ E REGRESSA AO ESTÁDIO!!
Uma das primeiras formações da história do Boavista F.C. , que teve o mérito de golear por 5-1 o F.C. porto no primeiro jogo oficial entre ambas as equipas, em 1907, no Campo da Rainha ( mais ou menos onde hoje se situa o campo da Constituição ).
Este recorte do jornal record foi para mim um verdadeiro talismã, pois foi publicado quando ainda decorria a 1ª volta do campeonato que nos deu o titulo de campeão nacional.
Como que por superstição, guardei-o sempre com a esperança que o sonho se realizasse... o resto da história, penso que já toda a gente a conhece!!
Lembro-me desse jogo como se tivesse sido ontem, ( apesar de nessa altura ser ainda um puto de 9 anos ) em grande parte pela razão de ter sido a 1ª vez que vi no estádio, o Boavista a jogar para uma competição europeia, mas também porque foi um jogo tremendamente electrizante.
O resultado final saldou-se numa vitória do Boavistão por 4-3 , marcaram pela nossa equipa, José Rafael ( 2 ) , Tonanha ( 1 ) e Coelho ( 1 ) .
Embora já experiente nestas andanças de acompanhar a equipa ao estrangeiro, esta viagem era especial devido á distância que separa Portugal desta maravilhosa ilha situada no extremo leste do mar mediterrâneo. Tinha imensa curiosidade de ver “in loco” a única capital Europeia dividida á semelhança de Berlim, antes da queda do muro.
Chipre foi um ponto estratégico ao longo de toda a história da Humanidade e quase todos os povos por lá passaram. Inclusive, reza história, que era o lugar predilecto de Cleopatra e seu refúgio amoroso.
Ao longo dos tempos coabitaram em plena harmonia as comunidades turcas e gregra que constituem a sua população. Em 1974, em consequência de novas leis que limitavam os direitos da comunidade turca, o Governo de Ancara invade a ilha. A ONU tem que intervir e é definida a famosa “green line” que divide a ilha em duas partes. A cidade da equipa que iamos defrontar ( Famagusta) é invadida e saqueada, tendo a sua população fugido para zona grega, passando o Anarthosis a jogar em Larnaka, onde ainda hoje tem a sua sede, esperando pela unificação da ilha para voltar a jogar na sua terra natal. O Boavista, atravês, do seu presidente, comprometeu se a efectuar um jogo amigável com eles quando voltarem á sua terra, que esperamos ser o mais breve possível.
Mas basta de história mundial e vamos ao que vos interessa.
Primeiro dia:
A viagem foi longa – cerca de 5 horas de avião. Esse tempo foi bem passado graças á colaboração do pessoal de bordo, sempre solicito em fornecer bebidas. O ambiente vivido durante a viagem, mereceu destaque e elogios da comunicação social presente.
Animador de serviço, foi o incontornável Farturas e os seus videos caseiros...
Finalmente chegamos ao aeroporto de Larnaka. Segui se uma viagem de cerca de uma hora até Limassol, onde ficava o nosso Hotel. E que Hotel....
3 Piscinas, sala de musculção, court de ténis, mar a 50 metros...nada faltava.
Embora corresse o mês de Novembro esperavam nos uns agradáveis 26 graus e água do mar marcava 22 graus(!!).
Fomos recebidos com um brinde de boas vindas por parte do staff do Hotel e recolhemos aos nossos quartos.
Aí deparamo nos com um grande problema – o preço exorbitante do quarto. Mas como um colega nosso tinha ganho um viagem com quarto, eu e o meu colega de jornada não deixamos que ele ficasse 3 dias sozinho e instalamo nos no quarto dele.
A zona onde ficamos consistia em Bares e Hotéis que se prolongavam ao longo de mais de um quilometro á beira- mar.
Saimos para jantar e visitar os bares...infelizmente era época baixa mas mesmo assim o ambiente era óptimo e mesmo sem envergarmos cachecóis as pessoas perguntam se eramos do Boavista. Toda a gente na Ilha conhecia o nosso Clube o que nos deixou bastante orgulhosos. Recolhemos tarde ao quarto, mas antes ainda mergulhamos, ás escondidas do staff, na piscina.
Segundo dia
Para o segundo dia, estava marcada a habitual viagem turística para conhecermos Nicósia. Uma hora de viagem através da árida paisagem chipriota até chegarmos á capital. Visitamos as zonas de interesse, principalmente o centro com as suas ruas estreitas, restaurantes e lojas de lembranças a fazer lembrar a Ribeira. Estivemos junta da “Green line” e ouvimos histórias de arrepiar da nossa guia. Episódios de tortura que mancham a história recente desta ilha.
Regressados a Limassol, segui se mais uma noite de excessos que acabou numa discoteca com o pessoal da tripulação do voo. O mêcanico, que no dia seguinte ia efectuar o “check-up” ao avião era o que estava mais embriagado o que me fez temer pelo regresso á invicta.
Terceiro dia:
O dia mais aguardado, em que se ia jogar a passagem á eliminatória seguinte.
Efectuamos o check-out e esperamos pela hora de ir para o estádio em Nicósia.
A claque do Famagusta, bastante jovem e entusiasta, surpreendeu me, assim como o fanatismo típico do gregos. Embora em escasso número, fizemos nos ouvir no estádio e saltamos de alívio quando o Cafú, no epilogo no jogo marca o 1-0 e confirma a passagem á eliminatória seguinte.
Depois foram só mais 5 horas de avião de regresso á nossa terra...
BY ALEMÃO
A coreografia passava por estender tarjas com as siglas do clube (como é possivel ver na foto) e erguer cerca de 300 "bandeirinhas" brancas no nosso sector, só que factores "extra" não permitiram que a coreo se realizasse...fica a vontade de tentar.
Quem for dos VERDADEIROS, como costumamos dizer, compreenderá que estranha força é essa que por vezes nos leva a fazer algo fora do comum em prol da elevação do nome dos Panteras Negras, e claro está, do mágico BFC.
Foi essa força, esse sentimento que só alguns possuem, que fez com que dois irredutiveis Boavisteiros e já "velhinhos" cruzados decidissem conquistar o ponto mais alto de Portugal através do hastear da bandeira PN e darem o seu apoio e incentivo aos bravos ciclistas axadrezados, que numa clara prova de esforço, crer e dedicação subiram à torre defendendo as nossas cores.
Em poucas palavras resume-se tudo o que se passou:
Saímos do Porto por volta das 2 da manhã, já só com uma ideia na mente, ver a bandeira PN ao vento na torre.
Foi assim que depois de uma viagem tranquila em clima de amena cavaqueira e com paragens pontuais para descarregar cargas etílicas excedentárias e para recarregar baterias que atingimos o nosso objectivo por volta das 6 da manhã.
Escusado será dizer que apartir dessa hora a Serra da Estrela perdeu um dos seus maiores encantos, o silêncio... Que o digam os simpáticos campistas que povoavam o topo da serra.
Depois de se tirar algumas fotografias para documentar a nossa presença, fomos escolher o local de onde partiria o nosso apoio para com os nossos ciclistas, mais propriamente a 500 metros da meta.
Na memória ficarão os terríveis molhos dos hot dog´s deglutidos numa roullote onde se servia comida e se mudavam fraldas ao mesmo tempo.
A utilização de um "prático" meco sinalizador de neve que serviu de cano para a bandeira.
As constantes observações do pessoal que povoava a serra, estilo "Olha os Panteras..." , " A panterada anda ai...", os terriveis 100.000 watts de som destilados pelo "trio eléctrico" ( um simpático camião de 22 metros que resolveu fazer-nos companhia durante todo o dia) e do seu co-piloto que gentilmente "virou o barco" literalmente para cima do "Pantera móbil".
O que nos valeu na altura foi o bonito gesto da equipa de animadoras (e que animadoras!) que carinhosamente lavou o veiculo e que por entre outras coisas nos pediu desculpa... Não era preciso, a simples presença delas já nos distraia.
Claro está, sem duvida o mais importante foi ver no rosto dos nossos atletas o sorriso estampado aquando da sua passagem por nós. Sorriam mais quando desciam para se juntar à equipa depois de finalizar a etapa do que quando subiam, mas sorriam!
No final da etapa o Vice Presidente do Boavista Tavares Rijo, fez questão de pessoalmente nos vir dar os parabéns e agradecer o nosso apoio. A ele fazemos o pedido de continuar a apoiar e se possível a melhorar o apoio a esta modalidade no clube. Espectáculo garantido e devoção garantida de todos os Boavisteiros. Para o ano seremos mais!
Regressámos então a casa exaustos mas com a plena consciência do dever cumprido, dever esse que se resume em duas palavras.....
PELA BANDEIRA!!!
Definitivamente a máquina do apelidado "futebol moderno" não dá tréguas aos amantes do desporto rei.
A ditadura imposta por sportv´s e companhia origina situações completamente ridiculas, como é o caso de termos que jogar para o campeonato numa 3ªfeira.
Não venham com a desculpa do Setubal jogar para a Uefa na 5ªfeira, porque todos sabemos que o que prevalece são os interesses financeiros ( ganhos com os direitos de transmissão ) em detrimento do interesse do adepto comum ( abstenham-se os chamados adeptos de sofá ).
Como é que é possivél uma jornada com 8 desafios se prolongar penosamente ao longo de 5 dias??
Serão estas as virtudes, tão proclamadas, da redução das equipas no escalão máximo??
Enfim...toda esta situação merece unica e exclusivamente o meu profundo repúdio, mas não pensem que a equipa estará sozinha, nada de mais errado, já que sejam 10 ou sejam 100, os Panteras estarão presentes!!
A nossa chegada ao aeroporto de Munique foi brindada com neve e com a temperatura a uns bons graus abaixo de zero.
O nosso primeiro impulso foi logo procurar alcool para nos aquecer e depois preocuparmo-nos com a estadia , desta feita no espectacular Hotel Hilton ( 5 stars ) e como sempre na base do desenrascanço tão tipico dos portugueses, ou seja, em cada quarto duplo infiltramos mais três gajos á rebelia.
Das noitadas e do pouco que me lembro , tenho a realçar a viagem de metro sem bilhete e a consequente abordagem pelos fiscais que não tiveram coragem para nos pedir os tickets, mas para não ficarem muito mal na fotografia, lá pediram para não ingerirmos bebidas alcoólicas nas carruagens porque tal era proibido.
Engraçado foi também o facto de termos sido expulsos de uma discoteca porque alegadamente estariamos a fazer muito barulho !?!
Todos os elementos tiveram um contacto imediato com a boa da Franziskaner ( para os mais maliciosos , trata-se da Super Bock lá do sitio ) o que originou em alguns, verdadeiros estados de pura loucura.
No dia do jogo e apesar de uma ou outra ressaca lá estávamos nós á porta do magnifico estádio Olimpico, exactamente no local onde o "Pinguim do Aleixo" em 10 minutos vendeu cerca de 50 caxes aos imigras portugueses.
Já no interior do estádio, o nosso apoio foi bastante razoavél tendo em conta todas as condicionantes, se bem que mais uma vez podemos contar com o apoio extra dos Imigras.
Deliciamo-nos com a visão de um vulto com camisola axadrezada a varrer literalmente uma das bancadas laterais do estádio ( é o que dá "picar" um remendado ) e assistimos a uma excelente exibição do nosso Boavista, só traída por um golo ( de todo injusto ) já nos ultimos minutos do jogo .
Apesar da derrota, os nosso jogadores mostraram grande profissionalismo e raça ao baterem-se de igual para igual para com uma das grandes potências mundiais de futebol.
O regresso a Portugal foi feito logo a seguir ao jogo, a viagem correu sem sobressaltos e o tempo foi preenchido por uma amena cavaqueira, já ansiosos para chegar a casa e recuperar as muitas horas perdidas de sono.