Desde de puto que me habituei a ver o Sr Fernando a tratar carinhosamente a relva do estádio do Bessa.
Aliás, ele foi sem duvida um verdadeiro icone do Boavista e fidelidade é a palavra que melhor descreve a sua dedicação ao clube.
Somou quase 40 anos de casa, onde se habitou a fazer de tudo um pouco.
Respirava o clube e vivia literalmente no Bessa, tendo sido "Funcionário do Ano" na época de 1998/99.
O sonho que sempre o acompanhou tornou-se realidade em 2001, com o Boavista a sagrar-se campeão nacional e com ele, nessa altura, a afirmar que a alegria imensa fez-se acompanhar por uma calma, que lhe foi ensinada por Pedroto .
" Sou um adepto calmo. Em 1974 e 1975 trabalhei com um catedrático do futebol chamado de Zé Maria Pedroto, que ensinou muita gente a ser calmo. Nada de manifestações e de euforias antes do tempo."
Foi sem duvida uma vida de dedicação e empenho, de um homem que sofreu discretamente pelo seu clube e que comemorava feliz as vitórias axadrezadas.
Foi já quase na recta final da sua vida que disse : "Já ganhámos Taças de Portugal e torneios particulares. Agora, campeão, não me importo de morrer". Um desabafo que lhe fez lembrar um episódio triste aliado a uma história feliz do clube: " Aquando da mudança do estádio, em 1971, um sócio de Rio Tinto vinha cá todos os dias acompanhar a obra. Na semana da inauguração, disse-me que não se importava de morrer se assistisse à cerimónia e passado três dias ele morreu. E eu agora, não me importava de morrer".
DESCANSE EM PAZ SR. FERNANDO !!
Augusto José da Silva Domingues - "O PESETA"
O Peseta, do Boavista fogoso elemento, um dos mais moços que veio dar uma grande ajuda ao poder de realização às linhas do grupo do Bessa. Este jovem veio de Viana onde estudava e jogava.
( IN STADIUM de 03-02-1937 )
Jogo a contar para as competições europeias, mais concrectamente para a 1ª eliminatória da T. UEFA na época 89/90, onde o Boavista apesar das boas exibições, acabou por ser eliminado no somatório das duas mãos e após prolongamento:
1º Mão : Karl Marx Stadt- 1 Vs Boavista FC - 0 ( Köhler / 17min )
2ª Mão : Boavista FC - 2 Vs Karl Marx Stadt - 2 ( João Pinto 40 e 91min - Heidrich 104min / Mehlhorn 119min )
Esta foto diz respeito aos festejos que ocorreram no Jamor em 1991, logo após a conquista da Taça de Portugal aos escaravelhos ( 2-1 ) .
BOAAAAAAAAAAAAAAAAAVVVVVVISSSSSSSSSTTTTTAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!
Já por aqui coloquei um video deste jogo, mas como foi tão marcante e como são tantas as saudades que eu tenho desses tempos, nunca é demais invocar esta indiscutivel vitória... para os mais distraidos, neste jogo "limpamos o sebo" aos andrades e levamos o caneco ( leia-se Taça de Portugal ) para casa, 2-1 foi o resultado final.
Em 1937 escrevia assim o STADIUM : Laguna o esforçado avançado do Boavista que tem tardes colossais... Laguna é um soberbo interior esquerdo, vindo do Esposende Sport Club.
Tudo começou dois dias antes, mais concretamente na 5ªfeira de madrugada, quando eu e mais alguns amigos decidimos rumar á bela localidade de Caminha, com o intuito de descansar e de nos divertir, mas também já com o objectivo previamente arquitectado de ir ver o Boavistão a Vigo.
Após visitas a Vila Nova de Cerveira, La Guarda ( aquele monte de Sta Tecla tem umas vistas de outro mundo ) e Bayona, rumanos finalmente na 6ª feira a noite para Vigo, mais concrectamente para o estádio dos Balaídos.
Muito sinceramente, não sabia se mais alguém dos PN iria marcar presença, já que durante a semana não tinha contactado com ninguém, excepção feita ao telefonema do Zé Luis a questionar-me se o jogo era na 6ª ou no Sábado.
Contudo essas duvidas rapidamente se dissiparam quando entrei no estádio e deparei-me imediatamente no lado oposto com simbologia PN ao vento.
Logo desde aí o objectivo terá sido o de nos juntar ao resto do pessoal, não sem antes ter que negociar com um porteiro exageradamente zeloso nas suas funções ( os nossos bilhetes eram mais baratos que os da bancada em causa ).
Já todos reunidos, podemos ver um Boavista a praticar um bom futebol e uma equipa composta por vários jovens a tentarem ganhar o seu espaço.
Ridiculo, será certamente o objectivo que melhor qualificará o trabalho do arbitro, senão vejamos, 3 penalties marcados a favor do Celta, sendo que um foi mandado repetir após defesa do William ( SEM QUALQUER FALTA!!), cartões amarelos sem qualquer sentido e uma clara inclinação do campo a favor da equipa azul celeste... enfim, sem mais comentários, resultado final de 4-3 bastante injusto.
Fiquei também decepcionado com o fraco ambiente que se viveu no recinto , já que apesar de se tratar de um jogo amigavél, uma assistência com pouco mais de 2.000 pessoas é francamente mau... para não falar dos Celtarras, já que esses nem sequer os vi.
Já no exterior do estádio, ainda houve tempo para dar apoio aos nossos atletas aquando da entrada destes para o autocarro.
Por fim, a maioria dos PN presentes rumou ao Porto e eu aproveitei a ultima noite, para queimar os restantes cartuchos, já que no dia seguinte começava uma nova semana de trabalho.
Em breve, poderão ler uma crónica através do nosso site oficial ( www.panterasnegras.pt ) elaborada por alguém que também marcou presença no apoio ao Boavistão.
Jogadores : Dionisio-Reis-Laguna-Antero-Peseta-Costuras-César-Ferraz-Adérito-Nel-Oliveira-Cortez-Humberto-Monteiro-Guimarães e Biri.
Uma das cenas mais inesqueciveis e caricatas que eu passei com os PN , ocorreu sem duvida num jogo contra o Tirsense a contar para o campeonato.
Estava uma autêntica tempestade em St.Tirso e das 100 pessoas ( sim leram bem e não estou a exagerar ) presentes no estádio , metade seriam dos Panteras.
Vimos quase o jogo todo dentro da casa de banho, pendurados nas janelas e com os pés apoiados em cima das retretes .
Ganhámos o desafio por 3-1 e recordo-me que quando o Boavista marcou o 1º golo, o pessoal saiu todo a correr do WC para cima da rede, uma das portas de acesso abriu-se e cairam para ai 7 ou 8 elementos para dentro do relvado perante o olhar de espanto do fiscal de linha.
De salientar ainda , que 5 ou 6 PN que não tinham dinheiro para o bilhete saltaram para dentro do estádio( ?!?!?) trepando uns pinheiros que estavam encostados a um dos muros circundantes ao campo.
A maior parte do pessoal deslocou-se para Stº Tirso de comboio, contudo eu e mais três gajos fomos à boleia no carro do Alemão, que SÓ tinha tirado a carta dois dias antes... sem comentários, só me lembro de uma cena...MEDO!!!!!!!
VELHOS TEMPOS!!
Aderito Carvalho de Sousa - Avançado centro do Boavista F.C. nesta foto tinha 28 anos jogou nos Sportivo Mirdelense e Club Castilho de Cabo Verde, já foi defesa, médio e avançado.
iN Jornal STADIUM de 24 Junho de 1936 n. 228
Uma das personalidade que marcaram o Boavista foi o técnico José Maria Pedroto.
Se outros o fizeram, no aspecto admistrativo, financeiro e patrimonial, na vertente meramente desportiva, a contratação do "mestre" iniciou a viragem para a modernidade da equipa "axadrezada".
Pode, mesmo, afirmar-se que Pedroto foi, futebolisticamente, o "pai do Boavistão".
Liderando uma equipa de luxo, constituída por António Morais e Hernani Gonçalves, e tendo como chefe de departamento o "jovem" Valentim Loureiro, Pedroto soube transferir para o Bessa o espirito de ganhador... e a estruturação da equipa foi notavél.
Pedroto iria ao modesto Montijo buscar três das pérolas que mais reluziriam no campeonato : João Alves, Francisco Mário e Carolino.
Nos dois anos que lá esteve, em 74/75 e 75/76, o Boavista chegou ao topo, vencendo duas Taças de Portugal e atingindo a sua melhor classificação de sempre no campeonato, um segundo lugar a que se sucedeu um quarto. Por outro lado, os boavisteiros disputaram, pela primeira vez, uma prova europeia.
Foi pois, Pedroto que deu o pontapé de saida para o Boavista dos nossos dias.
O clube saiu do anonimato, de uma forma definitiva e tornou-se na equipa respeitada que é hoje.
Como o campeonato vai parar este fim de semana devido ao jogo da selecção, o Boavista decidiu fazer uma "perninha" com o Celta de Vigo nos estádio dos Balaídos.
Este género de encontros ibéricos não trazem qualquer novidade ( aliás as equipas ainda durante esta pré época se defrontaram ) e até bem pelo contrário, já assumem um cariz tradicional.
Para provar tal facto, nada melhor que uma fotografia editada em 1936 pelo já extinto jornal "Stadium",que retrata um momento de um jogo em que o BFC derrotou os galegos por uns já invulgares 6-3 .